segunda-feira, 1 de julho de 2013

Plebiscito é para confundir e pode agravar crise




A ideia do plebiscito para reforma política que a presidente Dilma Rousseff vai apresentar em breve é mais que oportunista. Tenta demonstrar, com isso, que está de acordo com as mudanças pedidas nas manifestações, mas, no fundo, quer confundir tudo para livrar seu governo do que é inevitável. Dilma governava o país das maravilhas, o que ela e seus ministros achavam ser o melhor dos mundos – e não é.

O caso do Paraná é emblemático. Um estado que tem a agricultura mais forte do país, que gera energia, tem um dos mais promissores parques industriais e, com isso, contribui de forma decisiva com impostos, precisa fazer um esforço absurdo para garantir seu crescimento porque o retorno do governo federal é pequeno e difícil de se conseguir.

O que vemos nas ruas, a indignação geral, é o que a administração do Estado vem sentindo na carne nos últimos dez anos. De mãos atadas por um sistema fiscal perverso, sempre clamou ao vento por mudanças.

Nas últimas semanas bastou uma fagulha para que tudo se incendiasse. Agora Dilma e sua equipe estão correndo atrás do prejuízo, perdidos, para se salvar. A saída foi embaralhar tudo o que veio à tona com as promessas.

Medidas tomadas com o povo clamando nos portões do Planalto são sinais de desespero e podem agravar ainda mais o que está ruim. O país precisa voltar a ter tranquilidade, a economia precisa ter estabilidade.

A reforma política é pedida e adiada há anos, mas um plebiscito a essa altura vai apenas resultar em mais gastos e, feitos às vésperas de eleições, podem gerar mais dúvidas e descontrole. O governo federal deve manter a ordem. O verdadeiro plebiscito vai acontecer no ano que vem, nas urnas, depois de passadas as emoções da Copa do Mundo.

Deputado Valdir Rossoni, presidente da Assembleia Legislativa do Paraná e do PSDB-PR

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