segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Um terço da soja ainda sai do Porto na forma de grãos

Daniel Castellano/Gazeta do Povo / Sistema de carregamento de navios graneleiros opera com carga total durante toda a colheita no Porto de Paranaguá
A agroindústria do Paraná se expande, mas ainda não dá conta de agregar valor à pauta de exportações do estado. De acordo com a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), de 30% a 40% da produção paranaense de soja são embarcados na forma in natura, índice que dá uma dimensão do crescimento possível da industrialização do agronegócio local.
“É preciso agregar valor à produção antes do embarque no Porto de Paranaguá”, assinala o coordenador da Câmara Setorial de Agroindústria e Alimentos da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Joaquim Cancela Gonçalves. Ele considera que há necessidade de maior diversificação da agroindústria.
Essa estratégia está ligada às apostas no atendimento ao mercado interno e ao desenvolvimento da agroindústria familiar. Outra saída é a busca de novos clientes no exterior e o estabelecimento de acordos que ampliem as exportações de produtos com valor agregado.
Para a economista Júnia Peres, do Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea), a substituição na pauta de exportações de produtos primários por itens processados impulsionaria a agroindustrialização. Todavia, a atual conjuntura não indica que essa seja uma medida simples de se concretizar, ao menos no curto prazo.
Em sua avaliação, não há “ambiente” para o país exigir que a China – principal comprador da soja brasileira – troque as commodities por produtos de maior valor agregado. “Apesar da crise, a China mantém sua demanda, mas o risco de ela se retrair, existe”, salienta. No longo prazo, a mudança na pauta das exportações ao mercado chinês não é descartada.
Gazeta do Povo

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