segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Os três jovens do Tigre e o calvário que enfrentam

Foto ilustrativa


Três jovens policiais do Grupo Tigre, a polícia de elite do Paraná responsável por termos zero seqüestrados no Estado, vivem seu calvário, em pleno período natalino. Eles são os moços – todos formados em Direito e com 28 anos de idade – que acabaram, numa fatalidade, em atitude de legítima defesa, matando um sargento da Brigada Militar gaúcha, enquanto aprontavam-se para libertar dois paranaenses sequestrados em Gravataí, RS, na semana passada. Uma das vítimas acabou morto, depois, por policiais civis gaúchos.

O sargento, em roupas civis, atirara contra a viatura dos policias do “Tigre”. O revide causou a morte e os próprios policiais paranaenses encarregaram-se de chamar a polícia local, relatando a ocorrência e entregando, espontaneamente, as armas às autoridades gaúchas. O episódio deu-se em local ermo, às 1h40 min de terça-feira.

Os jovens policiais continuavam ontem recolhidos em Curitiba a uma delegacia de polícia. Nem o consolo dos pais, de um sacerdote católico que os atende espiritualmente, nem o apoio de amigos têm conseguido acalmá-los.

No relato de uma fonte da coluna, “eles eram uma pilha de nervos”, diante da avalanche de blogs do RS anunciando vingança “contra os paranaenses”. E diante também de palavras de ordem de blogueiros, como “Vamos invadir o Paraná”. Emais ainda diante da incerteza do clima que poderão encontrar em Porto Alegre, para onde serão levados hoje, segunda-feira, em cumprimento à decisão de uma juíza da PA, e em acatamento a carta precatória expedida pela justiça do RS.
“No fundo, quem indiretamente pode estar insuflando tudo isso é o governador Tarso Genro, tirando partido político da morte do policial e de uma das vítimas do sequestro”, diz um empresário amigo da coluna, para, em seguida, registrar:”Esse é o Tarso Genro, todos lembramos, o mesmo que transformou em santo o terrorista italiano Battisti, hoje transitando livremente pelo país, embora o clamor universal contra seus crimes da agenda vermelha na Itália”.

ZONA LIVRE DE SEQUESTRO

Para quem não sabe, é bom lembrar que os três moços fazem parte dessa escola de polícia de elite, o “Tigre”, que hoje torna do Paraná “zona livre de seqüestros”. Bem o contrário do que acontece em São Paulo, onde há 12 sequestros em andamento; e do Rio de Janeiro, onde 10 sequestros estão sendo investigados.
“Essa situação privilegiada do Paraná – observa um advogado criminalista – deve-se a uma realidade dura e benfazeja, ao mesmo tempo, benéfica para a sociedade toda: a ação do “Tigre” resulta em que não temos nenhum sequestrado morto; e nenhum seqüestrador está vivo”.
O último sequestro registrado no Paraná foi em 2010, resolvido pelo Grupo Tigre.
Um religioso católico ouvido sobre a ação do “Tigre” tem palavras de apoio aos policiais que agora estão no epicentro do noticiário:”Eles fazem a guerra para que nos sintamos em paz”. A frase pode parecer absolvição apriore às mortes que as ações dessa tropa de elite provocam. Mas reflete apenas uma realidade, a da guerra que gera a paz…
A atitude do Governo do Estado do Paraná , segundo o mesmo advogado citado relata, “parece ser de inação diante do perigo que os jovens correm”. E completa:”Para mim, pressinto que os jovens estão sendo levados como vítimas pré-determinadas para o matadouro…”

Fabiocampana

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