sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Prefeituras reduzem expediente

Dirceu Portugal/Arquivo/ Gazeta do Povo / Prefeitura de Campo Mourão: meio expediente é necessário, segundo a administração municipal, para cobrir um déficit de R$ 3 milhões
Quem mora em cidades pequenas e médias do Paraná precisa adaptar seus horários, nessa época de ano, ao expediente reduzido que as prefeituras adotam. Pres­­­sionadas pela falta de dinheiro ou tentando economizar um pouco para o ano seguinte, as administrações municipais reduzem o expediente, trabalhando apenas pela manhã. Em alguns casos mais radicais, decretam-se férias coletivas.


Os prefeitos alegam que, durante esta época do ano, a procura por serviços administrativos é reduzida e não compensa manter os funcionários trabalhando. Na maior parte dos casos, o atendimento acaba ocorrendo apenas na parte da manhã, das 8 horas ao meio-dia. A medida só não atinge os serviços essenciais, como segurança pública, ensino, saúde e coleta de lixo.

No entanto, para a população, a medida de economia acaba sendo um inconveniente. Em Campo Mourão, no Centro-Oeste, por exemplo, o presidente da Associação Comercial e Industrial (Acicam), Nelson Botega, diz que o atendimento em meio expediente, implantado desde outubro, traz vários prejuízos à população. “Comerciantes que precisam da expedição de alvarás de funcionamento são um exemplo claro. Está tudo parado e atrasado. O comércio abre cedo e nem sempre é possível ir à prefeitura pela manhã.”

Para Botega, o meio expediente não trará a economia desejada. “Se é para zerar déficit era melhor então demitir todos os funcionários comissionados com poder de chefia. Eles recebem muito pelo pouco trabalho que realizam. Aí sim, daria para economizar e até cobrir o déficit”, afirma. A alegação da prefeitura de Campo Mourão é de que a medida é necessária para cobrir um déficit de R$ 3 milhões.

O reflexo do meio expediente adotado em relação à população é minimizado pelo secretário da Fazenda de Campo Mourão, Altair Casarim. Segundo ele, por ter um perfil agrícola, “as pessoas da cidade acordam cedo e resolvem seus problemas administrativos pela manhã. No período da tarde aparecem apenas 4 ou 5 pessoas diariamente”, diz ele.

Em Palmeira, nos Campos Gerais a moradora Letícia Soares, também discorda da medida praticada pela prefeitura. “É muito complicado a prefeitura ficar fechada durante tanto tempo. Quem trabalha pela manhã tem que faltar ao trabalho para ser atendido pelo serviço público.”

Com reportagem de Carlos Ohara, Fabiula Wurmeister, Marcus Ayres, Diego Antonelli e Juliana Gonçalves.
Gazeta do Povo.

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