sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Traficante Nem diz que metade do seu faturamento ia para policiais

Striger/Reuters / Antônio Bonfim Lopes, o Nem, foi preso no porta-malas de um carro quando tentava fugir da Rocinha
Em depoimento, o criminoso afirmou que, devido às constantes extorsões, em alguns períodos seu faturamento era zero. Segundo estimativas da Polícia Civil o bandido faturava mais de R$ 100 milhões por ano
Num longo depoimento na sede da Polícia Federal (PF) na madrugada de quinta-feira (10), acompanhado por um grupo restrito de policiais federais, o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na Rocinhapreso na quarta-feira na Lagoa, afirmou que metade de tudo que faturava com a venda de drogas era entregue a policiais civis e militares da banda podre. A propina gorda seria entregue a numerosos agentes públicos. O traficante deu detalhes, inclusive datas, de casos de extorsão.
Ainda no depoimento, o criminoso afirmou que, devido às constantes extorsões, em alguns períodos seu faturamento era zero. Segundo algumas estimativas da Polícia Civil, não confirmadas no depoimento, o bandido faturava mais de R$ 100 milhões por ano.

"Metade do dinheiro que eu ganhava era para o "arrego" (gíria para propina)", afirmou Nem.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse em entrevista ao "RJ-TV", da TV Globo, que gostaria muito que Nem falasse mesmo o que sabe, por conhecer "a arquitetura do tráfico de drogas e como são os meandros da corrupção".
"Ele tem uma prestação de contas muito séria e importante a fazer à sociedade fluminense. Ele tem que prestar contas sobre a corrupção de agentes públicos. Eu acho que isso faria com que fosse dado um passo importante no combate à criminalidade", disse Beltrame, por telefone, de Berlim, onde está apresentando os projetos na área de segurança para a Copa e as Olimpíadas.
O bandido contou no depoimento que uma parte do seu lucro com a venda de drogas era gasta em assistencialismo na Rocinha, com pagamento de enterros, fornecimento de cestas básicas, compra de remédios e realização de obras.
"Quando me pediam, eu comprava tijolos e financiava a construção de casas na comunidade", disse.
Gazeta do Povo

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