domingo, 5 de junho de 2011

Dilma já pode repetir Lula: Ela não sabia, diz Palocci

Lula Marques/Folha
Em entrevista aos repórteres Sérgio Dávila e Valdo Cruz, Antonio ‘Consultor’ Palocci disse que não informou à chefe os nomes de sua clientela e seu faturamento.
“Não achei adequado importunar a presidente com esse tipo de informação, esse tipo de detalhe”, declarou o mandachuva da Casa Civil.
Mesmo depois da revelação de que seu patrimônio multiplicara-se por vinte, Palocci continuou achando inadequado “levar essas informações à presidente”.
O ministro adicionou ao inacreditável uma dose de inaceitável ao revelar: Dilma não teve a curiosidade de inquiri-lo a respeito do tema que eletrifica Brasília.
Ficou entendido que, ao lado do ministro suspeito, há uma presidente da República desligada. Uma personagem cujo alheamento não condiz com o cargo.
De resto, ficou subentendido que, quando achar conveniente, Dilma pode mimetizar o Lula da fase mensaleira. Está autorizada a dizer: “Eu não sabia”.
Aqui, a íntegra da entrevista, veiculada pela Folha. No Leia Mais, o pedaço da conversa em que Palocci informa como desinformou Dilma:
- O sr. forneceu à presidente a lista dos clientes de sua consultoria antes de assumir o cargo de ministro? Quando fui convidado pela presidente Dilma para assumir o cargo de ministro, comuniquei a ela que era sócio de uma consultoria e que teria que tomar providências a respeito. Antecipei que seguiria as normas e as determinações da Comissão de Ética Pública da Presidência. Não entrei em detalhes sobre nomes dos clientes ou serviços prestados para cada um deles. Antes de minha posse, o objeto social da empresa foi alterado, todos os seus contratos e atividades encerrados e a administração de seus recursos foi repassada a uma instituição financeira.
- O sr. também não informou a presidente sobre o faturamento da empresa? Não. Não achei que era adequado importunar a presidente com esse tipo de informação, esse tipo de detalhe. O que eu disse a ela claramente era sobre a existência da empresa, o que a empresa fazia, o que eu teria de resolver antes de entrar no governo. Se a empresa continuasse funcionando, haveria conflito de interesses.
- E depois que a Folha revelou o faturamento de sua empresa em 2010? Não falo sobre faturamento. O faturamento foi 100% informado aos órgãos de controle tributário e todos os impostos foram recolhidos. A Receita nunca multou a Projeto. Nem a Prefeitura de São Paulo. A empresa teve certidões de regularidade na Receita durante todo esse período. Isso para mim é que é o importante. Não acho adequado levar essas informações à presidente.
- Mas nem depois que foi divulgado? O que ela me sugeriu, o que me orientou, é que eu desse todas as informações necessárias à Procuradoria da República e explicasse os procedimentos da empresa.
- Nem por curiosidade a presidente perguntou quem eram seus clientes e quanto o sr. faturou? Não.
Fabiocampana.com.br

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