O Vereador Gilson Amaral (DEM) voltou a falar sobre a crise hospitalar em pronunciamento na Tribuna da Câmara Municipal de Guarapuava, nesta terça-feira (10). O Vereador embasou seu discurso através de reportagem do Jornal Gazeta do Povo, a qual aponta que nenhum estado brasileiro gastou mais com internações hospitalares em 2010 do que o Paraná – seja na quantidade de procedimentos por habitante como na despesa proporcional ao número de moradores, segundo dados do Datasus, do Ministério da Saúde.
O primeiro lugar, no entanto, é resultado de uma artimanha: dois terços dos municípios excederam o limite de custeio para internamentos estabelecido pelo próprio governo, em comum acordo com as prefeituras. Até o mês passado, cada cidade poderia internar por ano o equivalente a no máximo 8% da população local, recebendo recursos de acordo com o número de autorizações de internamento hospitalar (AIHs) emitidas. Segundo Gilson Amaral o que mais lhe chamou a atenção foram as denúncias feitas por gestores municipais de internamentos fantasmas em alguns hospitais do Paraná. Ele questionou se essa prática também não estaria acontecendo em nosso município, e ainda disse ter provas de que em um determinado hospital da cidade, estariam tentando cobrar por um internamento já consumado, valores acima da realidade. “Nos próximos dias se não resolverem essa situação, vou trazer a esta casa as provas do que estou falando”, disse Amaral. Em seguida leu o trecho da reportagem em que aborda os procedimentos fantasmas, Confira:
Extraoficialmente e sem apresentar provas, alguns gestores municipais consultados pela reportagem disseram ser usual que administrações hospitalares incluam no relatório de despesas algumas internações que não foram feitas. “Para manter um hospital funcionando é necessário pagar água, luz, funcionários, materiais de escritório. E o recurso vem dos internamentos. Se não internar, não tem grana”, explica um deles, que pediu para não se identificar. Há também casos de faturamento de AIHs (autorizações de internamento hospitalar) pelo teto máximo – mesmo que os procedimentos realizados sejam mais baratos. “Tem hospital que inventa internamento para garantir um valor maior da AIH. Na maioria dos casos, a doença que levou o paciente a ser internado é uma dor aguda, como um cálculo renal, que muitas vezes nem tem como cobrar, pois não gera internamento”, diz outro entrevistado.
O problema estaria na lógica do sistema, que remunera os hospitais por internamento. Então, se não interna, não há repasse de recursos. Há um sistema de auditoria nas internações e a Secretaria de Estado da Saúde detectou casos de fraudes que geraram processos de ressarcimento.
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