Em pesquisa realizada no estado, Beto Richa tem 72% de aprovação e Dilma Rousseff, 62%
Passados oito meses desde o início das gestões da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador Beto Richa (PSDB), ambos contam com a aprovação de mais da metade dos paranaenses. Além disso, cerca de 80% dos moradores do estado avaliam as duas administrações como ótima/boa ou regular. No entanto, apesar dos bons índices, mais de 70% dos entrevistados não souberam dizer ou não citaram nenhuma realização dos chefes do Executivo federal e estadual até agora. É o que aponta um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas com exclusividade para a Gazeta do Povo.
Sucessora de um presidente que deixou o cargo com aprovação de quase 90% – Lula saiu do Palácio do Planalto com números considerados recorde mundial –, Dilma é aprovada por cerca de 62% dos paranaenses, contra pouco mais de 33% que a desaprovam. Quanto à avaliação do governo da petista até aqui, 44,7% consideraram a gestão ótima ou boa; 33,6%, regular; e 19,1%, ruim ou péssima.
Já Richa alcançou índices melhores: 72,4% de aprovação, contra desaprovação de 20,6%. A administração do tucano até agora é considerada ótima ou boa por 56,1% dos paranaenses; regular por 27,1%; e ruim ou péssima por 11,7%.
Análise
Para o cientista político Ricardo Costa de Oliveira, professor da Universidade Federal do Paraná (UPFR), os números da pesquisa podem ser considerados positivos nos dois cenários. Em relação a Dilma, ele ressalta que, mesmo tendo sido derrotada no Paraná na eleição que a elegeu presidente, a petista obteve números de aprovação elevados. “São índices acima da capacidade eleitoral que ela teve no estado. É um começo de mandato em que ela tem conseguido manter uma agenda positiva e uma rejeição baixa, apesar de alguns escândalos no governo”, avalia.
“A rejeição ao petismo no Paraná ainda é razoável. Mas me parece que a Dilma tem conquistado a simpatia dos paranaenses, mesmo dos que não votaram nela, por se diferenciar do Lula em alguns aspectos”, destaca o cientista político Mário Sérgio Lepre, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). “Ela, por exemplo, não carrega a aura do populismo, do Bolsa Família; e passou a impressão de que não é conivente com a corrupção. Isso está dando pontos a ela no estado.”
Efeito
Analisando os números de Richa, Lepre afirma que o carisma do tucano e o desgaste deixado pela gestão peemedebista de Roberto Requião e Orlando Pessuti ajudam a explicar o resultado da pesquisa. “O Pessuti e, principalmente, o Requião saíram muito desgastados do governo. Inevitavelmente, o eleitor faz essa comparação e, como ainda estamos em início de mandato, a imagem do Beto como um cara simpático ainda conta bastante”, argumenta.
Já Ricardo Oliveira destaca que a alta popularidade que Richa carrega do período em que foi prefeito de Curitiba reflete, ao menos por enquanto, nos números do tucano como governador. “Além disso, o quadro socioeconômico positivo do país, com geração de emprego e renda, beneficia os governadores em geral”, afirma.
Gazeta
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