domingo, 15 de janeiro de 2017

“Eles mataram e arrancaram as cabeças”, diz agente no RN


Foto de presos utilizando colchões para atear fogo e cabeças decapitadas espalhadas pelo pátio de alcaçuz (Reprodução)

Governo planeja entrar na cadeia e retomar o controle de Alcaçuz na manhã deste domingo. Expectativa é de dezenas de mortos no massacre

O relato de um agente penitenciário que conseguiu escapar da rebelião na casos de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, é assustador. Divulgado através das redes sociais no fim da noite de sábado, e obtido pelo site de Veja, ele conta em detalhes como os detentos do Pavilhão 5 conseguiram invadir a unidade vizinha e iniciar o massacre.

“Quem estava no pavilhão 4 eles mataram e arrancaram as cabeças. Os que conseguiram sair de alguma forma, escaparam. Quem ficou, morreu”, diz o agente numa gravação de pouco mais de três minutos. Até o fim da noite de ontem o governo admitia que o número de mortos era de pelo menos dez. Um vídeo obtido pelo site de Veja, no entanto, mostra uma carnificina com 17 vítimas.

“O número será bem maior. Mas só vamos saber oficialmente quando o Estado decidir retomar a cadeia”, diz uma fonte do Ministério Público, que acredita que ao menos 100 detentos ocupavam as celas do Pavilhão 4. Somente neste domingo, depois que a cadeia estiver retomada, será possível dimensionar o tamanho da barbárie. No depoimento gravado, o agente conta que por volta das 16h, logo após o encerramento do horário de visitas, presos do Pavilhão 5 começaram um motim.

Havia poucos agentes na unidade e quase todos fugiram: “Os colegas correram e deixaram um sozinho. Ele ainda subiu para armaria e pegou as armas para evitar que eles pegassem armas. Ele saiu com uma mochila com calibre 12, bombas, pistolas. Conseguimos resgatar ele antes que eles conseguissem chegar ao acesso principal do Pavilhão 5”, conta o agente. Depois disso, oito agentes penitenciários ficaram num hall de Alcaçuz e evitaram uma fuga em massa atirando contra os presos: “Eles tinham alguns revólveres 38, uma pistola, mas a gente abriu fogo e eles recuaram”, completou, revelando que os detentos do Pavilhão 1 se juntaram à rebelião, invadindo as cozinhas, subindo nos telhados e danificando as torres de controle.


Fonte: veja.abril.com.br

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