Durante toda esta quinta-feira (18) membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas ouviram depoimentos na Assembléia Legislativa do Paraná, em Curitiba. O mais esperado era de Audelino de Souza, o Lino, representante da ONG Limiar, que intermediou a adoção internacional de 355 crianças no Paraná e em Santa Catarina nos últimos 20 anos. Em sua fala, Lino garantiu ter agido dentro da lei e com vistas ao benefício das crianças. Segundo o deputado Fernando Francischini, do Paraná, vice-presidente da CPI, as informações fornecidas são contraditórias e em vários momentos se contrapõem ao que foi relatado também em depoimento à CPI pelo presidente da ONG Limiar Brasil, Ulisses Gonçalves da Costa. Diante disso, a CPI vai pedir uma acareação entre os dois, em Brasília, em data a ser definida.
Francischini inquiriu Audelino de Souza sobre doações feitas sistematicamente às casas lares em anos anteriores às adoções, que o depoente alegou serem presentes enviados pelas famílias adotantes às crianças. No entanto, foi lembrado a ele, que é proibida a doação direta de entidades internacionais a abrigos de menores a serem adotados. Também questionou o crescimento patrimonial do representante da ONG, que passou de R$ 160 mil em 2008 para R$ 460 mil em 2012, considerado incompatível com o salário declarado pelo mesmo, de R$ 3.500,00 por mês. Os dados foram obtidos com a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Lino, requeridos pelo deputado Francischini. “Há uma disputa interna nesse grupo, por isso precisamos da acareação. Os e-mails trocados por eles mostram fatos gravíssimos. A evolução patrimonial do Lino nem em dez anos, não gastando um tostão, ele conseguiria com seu salário. Esta é a ponta do iceberg. Agora precisamos investigar essas adoções, pois temos que proteger nossas crianças”, diz ele.
OUÇA O QUE DIZ O DEPUTADO FRANCICHINI
Lino confirmou dados obtidos pela CPI de que atuou diretamente na adoção internacional de 355 crianças nos últimos 20 anos. As cidades envolvidas são, no Paraná: Curitiba, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu , Papanduva, Campo Largo, Irati, União da Vitória, Mafra, Piraí do sul, Campo Mourão, Telemaco Borba, Guairá, Guarapuava, Rio Negro , Cascavel, Laranjeiras do Sul , Iporã, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Faxinal, Ponta Grossa, São João do Triunfo, Ivaiporã , Xambrê, Palotina Palmas, Catanduvas, Paranaguá. Em Santa Catarina são: Florianópolis, Caçador, Chapecó, Campo Erê, Joinville, Abelardo Luz e Seára.
Foram ouvidas também na audiência diversas autoridades do legislativo e do judiciário. Várias pessoas da comunidade compareceram para assistir aos depoimentos e também para fazer denúncias sobre questões envolvendo adoções e perda de poder familiar em Curitiba. Essas famílias ainda não haviam sido ouvidas pela CPI até o fechamento desta matéria.
Assessoria de Comunicação do Deputado Fernando Francischini
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