terça-feira, 5 de julho de 2011

16 cidades ficam com 99% das verbas de alto custo


Hugo Harada/ Gazeta do Povo / José Gustavo, de 8 anos, e a mãe Anelise Oliveira: moradores de Ventania, eles terão de se mudar para continuar o tratamento de uma doença rara no coração do meninoJosé Gustavo, de 8 anos, e a mãe Anelise Oliveira: moradores de Ventania, eles terão de se mudar para continuar o tratamento de uma doença rara no coração do menino

Centralização dos atendimentos médicos de média e alta complexidade no Paraná é reflexo da distribuição desigual dos recursos federais
Apenas 16 dos 399 municípios do Paraná receberam 98,7% do total de recursos repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimentos de média e alta complexidade. Os repasses totalizaram R$ 821,5 milhões, desde o início do ano. As cidades que ficaram com a maior fatia do bolo integram dez das 22 regionais de saúde estabelecidas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Na prática, a centralização dos atendimentos demonstra um cenário comum no Paraná: pacientes fazendo longas viagens para receber tratamento adequado, que, muitas vezes, poderia ser feito no próprio município de origem. 

Os chamados “gargalos da saúde” são visíveis principalmente em Curitiba, cidade que sozinha recebeu 69% dos recursos. Considerando a natureza do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que é referência para cirurgias e tratamentos de alto risco e alto custo no estado, o total recebido não traz surpresas. A maior parte da demanda, po­­rém, é formada por atendimentos de média complexidade, contrariando a própria vocação da instituição hospitalar junto ao SUS: de janeiro a abril, foram 5.158 internações para cirurgias e tratamentos deste tipo. En­­quanto isso, ocorreram 833 procedimentos de alta complexidade no hospital, como neurocirurgias, transplantes de órgãos e operações do coração.
“O HC está inserido no sistema SUS para receber casos de alta complexidade. O problema é que cirurgias mais simples, como de amígdala, acabam sendo feitas aqui, principalmente por pacientes da região metropolitana. Isso acaba gerando uma concorrência por leitos que deveriam ser ocupados prioritariamente para cirurgias de risco”, explica a diretora de Assistência do HC, Mariangela Honório Pedrozo.
Gazeta do Povo

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