Depois de 78 dias presos, o radialista César Minotto e o jornalista Dennis Migliorini, saíram da prisão na última sexta-feira (11). Na tarde do dia anterior, o Tribunal de Justiça julgou favorável o pedido de Habeas Corpus. A decisão unânime dos desembargadores, deu ainda como nulo o ato de flagrante delito. Dois pedidos anteriores haviam sido negados. O primeiro teve como justificativa o clamor público. Já no interpelado junto ao Tribunal de Justiça, foi colocado que tanto Minotto como Dennis eram elementos de alta periculosidade. A dupla foi presa no final do mês de novembro de 2010, acusadas de extorsão.
O desfecho veio a partir de investigações das unidades do Gaeco de Curitiba e Guarapuava, iniciadas depois de denúncias do prefeito de Nova Laranjeiras Eugenio Bittencourt e outras pessoas da região. A alegação é que a dupla levantava informações a respeito das vítimas e passavam a fazer insinuações durante os programas de rádio. Entravam em contato com elas e exigiam dinheiro para suspender as matérias.
No entanto, novas informações reacenderam o caso e novamente despertaram a curiosidade sob um possível revés na história. “A partir do momento da nossa prisão novas linhas de investigação se abriram. Eu acredito que em um futuro bem próximo isso vai ter um desfecho surpreendente”, afirmou Minotto.
O radialista acredita que sua prisão foi proveniente de assuntos políticos. Ele contou que há quatro anos realizava um trabalho regional denunciando irregularidades de prefeituras e políticos. “Eu procurava coisas onde ninguém procurava. Nos sites, nas licitações e nas publicações com letrinhas pequenas. Eu acredito que esse aparato que foi montado para as nossas prisões tem tudo a ver com a política. Eu mexi com gente muito grande. Este foi o preço”, lamentou. Minotto rebateu ainda a alegação de que tinham conhecimento de uma informação ‘bombástica’ sobre o prefeito de Nova Laranjeiras. “Minha linha de trabalho nunca foi particularidades e sim publicidade. Eu mostrava as coisas erradas”, completou.
O jornalista Dennis Migliorini que comemorou seu aniversário e não pode acompanhar o nascimento de sua filha, enquanto preso, disse se sentir injustiçado com o acontecido. Ele afirmou que tudo foi uma armação com o intuito de cessar uma série de denúncias que já haviam sido protocoladas em algumas instituições como a Polícia Federal e o Ministério Público. “Ficar lá foi muito difícil. Mostra a falta de sensibilidade e maldade de algumas pessoas. Se utilizaram de mim e da minha amizade para prejudicar o César Minotto. Me usaram como ‘boi de piranha’”, finalizou.
Fonte:jcorreiodopovo.com.br
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