sexta-feira, 22 de junho de 2018

Tabelamento aumenta preço do frete em até 105%, mostra estudo da FAEP


Levantamento elaborado pelo Departamento Técnico e Econômico da entidade traça panorama completo dos impactos do pós-greve dos caminhoneiros no agronegócio paranaense

O tabelamento dos preços dos fretes pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aumentou os custos de transporte de mercadorias e tem provocado problemas nas movimentações do agronegócio. Em alguns trechos, o reajuste mais que dobrou o gasto logístico, como ocorre no caso do trajeto Cascavel-Paranaguá, onde a elevação atinge os 105,3%. O trajeto Maringá-Paranaguá teve alta de 98,9% e Ponta Grossa-Paranaguá subiu 51,3%. Os dados são do estudo inédito “Balanço e perspectivas para a agropecuária: efeitos pós-greve dos transportadores e a política de tabelamento de fretes”, elaborado pelo Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP (Detec).

Além do custo do transporte, o material analisa as consequências da paralisação dos transportes nas principais cadeias produtivas da agropecuária paranaense: soja, milho, aves, suínos, bovino de corte e leite. No caso da avicultura e da suinocultura, além dos impactos logísticos também há uma retrospectiva das consequências das operações da Polícia Federal (Carne fraca e Trapaça) e dos recentes embargos (Europa e China) ao setor.

A tabela que define os preços dos fretes entrou em vigor depois da greve dos caminhoneiros. Na ocasião, o movimento praticamente parou a economia do país. Durante a negociação entre grevistas e governo, a redução de R$ 0,46 no preço do óleo diesel e a definição dos valores fixos aos fretes foram os dois principais aspectos de barganha para a volta dos motoristas ao trabalho. Os valores engessados, no entanto, têm provocado efeitos colaterais negativos no campo, como aponta o estudo do Detec.

Os cálculos da FAEP tomaram como base o uso de um caminhão bi-trem sete eixos, com capacidade para levar 38 toneladas de produto. A metodologia já considera a obrigatoriedade de pagamento de frete de retorno, como determina a ANTT na resolução que regulamenta a tabela dos fretes. Os trajetos estudados foram os que ligam regiões produtoras de grãos ao Porto de Paranaguá, um dos locais pelos quais mais passam divisas do agronegócio com destino a outros países.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela sua participação, seu comentário será publicado após análise do conteúdo que o mesmo contém