Marco Antonio Araujo, do R7
Entre as últimas declarações de Paulo Guedes, uma delas não deveria causar polêmicas, apenas comemoração. Seu compromisso de investir pesadamente na educação infantil pode vir a ser o resgaste da mais séria dívida que o Brasil tem com seu próprio futuro.
“O maior impacto do investimento público é na educação, é na infância. Vem aí programas grandes de impacto lá embaixo”, disse o ministro, referindo-se à intenção de implantar um sistema de financiamento que permita às famílias mais pobres matricular suas crianças em creches particulares.
A ideia desse “voucher” pertence à escola liberal na qual o ministro é formado, a Universidade Chicago, e foi desenvolvida pelo economista Milton Friedman, no início da década de 60. Não é uma aventura, portanto.
O modelo foi implantado em países como o Chile – com bons resultados nos rankings de avaliação escolar e críticas consistentes, embasadas no aumento da desigualdade social que o subsídio acarreta a longo prazo.
Já há acumulo de experiência suficiente para atingir consensos, basta vontade política para instaurar um debate sério. Será um imenso avanço que o tema da educação básica se torne central na agenda do país.
É uma nova janela de oportunidade que se abre, talvez a última. Os fracassos na área acumulados durante as últimas décadas são inequívocos, ideologias à parte. Algo precisa ser feito. E esse é, entre os inúmeros desafios que se impõem, o mais urgente.
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