quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Aposta de Paulo Guedes na educação infantil é ótima notícia


Marco Antonio Araujo, do R7

Entre as últimas declarações de Paulo Guedes, uma delas não deveria causar polêmicas, apenas comemoração. Seu compromisso de investir pesadamente na educação infantil pode vir a ser o resgaste da mais séria dívida que o Brasil tem com seu próprio futuro.

“O maior impacto do investimento público é na educação, é na infância. Vem aí programas grandes de impacto lá embaixo”, disse o ministro, referindo-se à intenção de implantar um sistema de financiamento que permita às famílias mais pobres matricular suas crianças em creches particulares.

A ideia desse “voucher” pertence à escola liberal na qual o ministro é formado, a Universidade Chicago, e foi desenvolvida pelo economista Milton Friedman, no início da década de 60. Não é uma aventura, portanto.

O modelo foi implantado em países como o Chile – com bons resultados nos rankings de avaliação escolar e críticas consistentes, embasadas no aumento da desigualdade social que o subsídio acarreta a longo prazo.

Já há acumulo de experiência suficiente para atingir consensos, basta vontade política para instaurar um debate sério. Será um imenso avanço que o tema da educação básica se torne central na agenda do país.

É uma nova janela de oportunidade que se abre, talvez a última. Os fracassos na área acumulados durante as últimas décadas são inequívocos, ideologias à parte. Algo precisa ser feito. E esse é, entre os inúmeros desafios que se impõem, o mais urgente.


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