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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Mulher de ex-procurador do INSS fica em silêncio na CPMI que investiga fraudes em benefícios previdenciários

 

Com: Jovem Pan - Com informações do Estadão Conteúdo


A médica Thaisa Hoffmann Jonasson, esposa do ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, permaneceu em silêncio durante quase todo o depoimento prestado nesta quinta-feira (23) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga irregularidades no órgão. Apontada por parlamentares como laranja em um esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas, Thaisa compareceu à comissão amparada por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe garantiu o direito de não responder a perguntas que pudessem gerar autoincriminação.

Sua advogada, Izabella Hernandez Borges, informou que ela não firmaria compromisso de dizer a verdade por estar na condição de investigada e ter sido alvo de pedido de prisão preventiva. Segundo as investigações, Thaisa teria movimentado cerca de R$ 18 milhões provenientes das fraudes, a maior parte paga pelo lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como um dos articuladores do esquema e responsável por movimentar até R$ 2 bilhões.

As empresas de Thaisa — Curitiba Consultoria e Centro Médico Vitacare — receberam quase R$ 11 milhões do lobista, enquanto outra firma, THJ Consultoria, teria recebido R$ 3,5 milhões de um núcleo ligado ao esquema em Sergipe, conforme apontou o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Ele afirmou que as fraudes envolviam falsificação de autorizações de idosos para o desconto automático de mensalidades em benefícios previdenciários, via convênios irregulares com o INSS.

“É uma pena que a senhora saia desta CPMI como lavadora de dinheiro dos aposentados e pensionistas. A senhora perdeu a oportunidade de mostrar que não recebeu propina para o seu marido”, declarou Gaspar durante a sessão. Em uma das poucas respostas dadas, Thaisa afirmou que os pagamentos recebidos se referem a serviços de pareceres médicos prestados a partir de 2022. Endocrinologista, ela disse que apresentará documentos à comissão para comprovar a execução dos trabalhos.

O relator também citou reportagens que associam Thaisa e o marido à compra de um imóvel de R$ 28 milhões em Balneário Camboriú (SC) e à aquisição de veículos de luxo, incluindo um Porsche, após a deflagração da Operação Sem Desconto, em abril deste ano — valores considerados incompatíveis com os rendimentos de um servidor público. Para o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), a depoente foi orientada pela defesa a permanecer em silêncio. “Ela tem esse direito, mas os fatos já são reveladores: o marido era procurador do INSS e adquiriu um imóvel de R$ 28 milhões em um dos endereços mais caros do país”, afirmou.

A comissão ouvirá ainda nesta quinta-feira, em Brasília, o ex-procurador Virgílio Oliveira Filho, que está afastado do cargo por decisão judicial. As investigações indicam que ele teria recebido R$ 11,9 milhões de empresas ligadas a associações investigadas por descontos irregulares em benefícios previdenciários.

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