Beto investirá pesado contra a "onda vermelha"

Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Serra e Richa, durante o ato da campanha presidencial: comitês de Beto serão mantidos para eleger o tucano à Presidência da República

Há exatos dez anos, em frente a um comitê na Anita Garibaldi, o então deputado estadual Beto Richa comemorava a vitória nas urnas dizendo que aqui, em Curitiba, não havia "onda vermelha".Ele, como vice de Cassio Taniguchi, acabava de ganhar a eleição municipal contra Angelo Vanhoni, do PT, numa disputa apertadíssima.
Curiosamente, ontem, em Brasília, Beto usou a mesma expressão. Disse que agora acabava a "onda vermelha" do PT de Lula e começava a onda "verde e amarela" de Serra.
Não se pode acusá-lo de incoerência. Muito pelo contrário. Mas no caso em particular, Beto tem vantagens importantes, além das ideológicas, se Serra for eleito presidente. Por isso se empenhará na campanha.
Com Dilma na Presidência, o novo governador do Paraná terá problemas. O caixa do estado é pequeno, comparado com as necessidades. Para empréstimos, depende do Senado, que não vai ser nada amistoso com Alvaro, Requião e Gleisi.
O ideal, para conseguir transformar o estado no "canteiro de obras" que prometeu, é ter dinheiro farto do governo federal. E, embora tenha reconhecido que Lula não o discriminou na prefeitura, é claro que Serra, até para destacar os governadores do PSDB, dará preferência a Beto e a seus correligionários.
Por isso Beto porá o pé na estrada. Será sua tentativa de garantir um governo mais tranquilo e com dinheiro. Do contrário, poderá começar o mandato com problemas de caixa. E isso nunca é um bom sinal.
No fundo, Beto tem razão: sua vitória só será completa com a vitória de Serra.
Fonte Gazeta do Povo