O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR) promoveu na noite de segunda-feira, 24, a segunda edição do Fórum Paranaense de Acessibilidade em União da Vitória. O encontro, realizado no Centro Universitário de União da Vitória (UNIUV), contou com a presença de universitários, docentes, profissionais, entidades da sociedade civil e representantes do poder público, reunindo aproximadamente 250 pessoas.
O encontro começou com duas palestras. A primeira, ministrada pelo gerente regional do CREA-PR, engenheiro eletricista Thyago Giroldo Nalim, tratou do histórico do Fórum Paranaense de Acessibilidade, seus objetivos e os resultados alcançados na Regional Guarapuava, que além de União da Vitória, abrange Guarapuava e outros 38 municípios. A proposta é disseminar a cultura da acessibilidade no Estado, conscientizando a população sobre a necessidade de garantir às pessoas com mobilidade reduzida o direito de ir e vir, sem quaisquer obstáculos.
Entre os resultados regionais do fórum, que já teve outras edições locais em União da Vitória e em Guarapuava, está a implantação da disciplina de Acessibilidade no curso de Engenharia Civil das Faculdades Integradas Vale do Iguaçu (UNIGUAÇU), em União da Vitória. Durante a edição de segunda-feira, o coordenador do curso de Engenharia Civil da UNIUV, Wilson Carlos Eckl, também demonstrou interesse em implantar gradativamente a disciplina na grade de formação. Além disso, a Prefeitura de Guarapuava, através do Departamento de Aprovação de Projetos (DEAPRO), está elaborando uma cartilha sobre calçadas acessíveis para consulta por parte de profissionais e população em geral. E em Laranjeiras do Sul, a Prefeitura montou um projeto modelo de calçada dentro das normas, que se encontra disponível no Escritório do CREA-PR no município e na Associação dos Engenheiros do Vale Piquiriguaçu (AENVAPI).
O coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica e Metalúrgica do CREA-PR, engenheiro mecânico Sérgio Yamawaki, abordou as inovações tecnológicas para garantir a acessibilidade. Entre alguns exemplos estão aquelas aplicadas à informática, outras que utilizam smartphones, e bengalas eletrônicas. Ele também falou sobre a expressiva parcela da população brasileira que possui algum tipo de limitação à mobilidade: 68 milhões ou 40%.
“O fórum teve uma participação muito boa. O auditório estava cheio e o público dispensou atenção especial aos temas tratados. Há uma consciência política e social importante na comunidade local. O secretário municipal deixou claro a disposição em contribuir com as obras públicas, a pessoa que convive com a deficiência em acompanhar o andamento dessas obras. Nós somos apenas um catalisador dessa mobilização, contribuindo com informações e, principalmente, divulgando a importância da acessibilidade”, disse Yamawaki, que participou de quase todas as edições do fórum pelo Paraná.
O secretário municipal de Planejamento, engenheiro civil Jamar Rossoni Clivati, apresentou as obras públicas que contemplam a acessibilidade em União da Vitória e algumas medidas, como a readequação do pavimento de passeios e a revitalização de praças. E também citou a exigência da aplicação das normas através do Código de Obras do Município. O prefeito de União da Vitória, Pedro Ivo Ilkiv (PT), e a promotora do Ministério Público Rosana Maria Longo também participaram do evento. O fórum teve ainda depoimentos de pessoas com deficiência
sobre as dificuldades que encontram no dia a dia e que solicitaram soluções ao poder público local.
O presidente da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos do Vale do Iguaçu (AEAVI), engenheiro florestal Peterson Jaeger, ressaltou a importância não só técnica mas também cidadã em se discutir o tema nos fóruns promovidos pelo CREA-PR. “Apesar de o evento possuir temática técnica e abordar a necessidade de que os profissionais executem obras dentro das normas, o fórum discute a própria ética pessoal e a cidadania, incentivando todas as pessoas a colocarem a acessibilidade em prática”, comentou ele, que também é professor da UNIUV e coordenador do curso de Engenharia Industrial da Madeira. A universidade conta ainda com cursos de Engenharia Civil, Engenharia Ambiental e Engenharia de Produção.
João Quaquio - Assessoria de imprensa do CREA-PR/Regional Guarapuava
